Avançar para o conteúdo principal

Convite


Vem ao baile vem ao baile
Pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris

Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdade e o erro
Deixa tudo vem beber

Vem ao baile das palavras
Que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças
Vem ao baile oh tens de vir

E perder-te nos espelhos
Há outros muito mais velhos
Que ainda sabem sorrir

Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
E quando caíres de borco
A tua alma é mais pura

Vem ao baile vem ao baile
Pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile baile baile
E vais ver o que é bailar.

O'Neill, Alexandre

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Ah, o Amor

Ah, o Amor. Que confusão! É como uma casa arrumada por um desarrumador ou um piano afinado por um desafinador. O Amor é assim. É assim o Amor. Tal e qual um relógio avariado, não bate lá muito certo. por isso é tão acertado. É assim o Amor. O Amor é assim. também é certo que nos faz sofrer, mas é, como dizer?, um sofrimento maravilhoso. E não tem mistério nenhum, o Amor. Por isso é misterioso. O Amor é assim. É assim o Amor.   Uma experiência arriscada que pode dar para o torto; mas se não te acontecer podes crer que estás tão vivo como um morto. É assim o Amor. O Amor é assim. Álvaro Magalhães, Poesia-me

Nada no mundo é sozinho!

Correm as fontes ao rio os rios correm ao mar; num enlace fugidio prendem-se as brisas no ar... Nada no mundo é sozinho: por sublime lei do Céu, tudo frui outro carinho... Não hei de alcançá-lo eu? Olha os montes adorando o vasto azul, olha as vagas uma a outra se osculando todas abraçando as fragas... Vivos, rútilos desejos, no sol ardente os verás: – Que me fazem tantos beijos se tu a mim mos não dás? Percy B. Shelley, Filosofia do Amor
O Espantalho - Texto descritivo O que vemos é um espantalho pachorrento e alegre. À sua volta vemos um extenso milheiral amarelo balançado ao sabor do vento como as pessoas num concerto. O espantalho veste um casaco às riscas em torno da sua longa barriga. Na sua cabeça enverga um chapéu em palha com abas largas. Em baixo estão os sapatos velhos de couro. As calças são amarelas como o sol. Tem as bochechas rosadas e um nariz cor-de-laranja. Por baixo do casaco, veste uma camisola às riscas vermelhas e brancas. Está pendurado num pau velho e podre, também já queimado pelo sol. Por todo o lado, o milho conversa com o espantalho. A cara deste prisioneiro do campo é redonda e bochechuda como uma bola de futebol. A moldura à volta da imagem é castanha com alguns tons de amarelo e preto. Ana Luísa Almeida, 6º D, Nº 1